sábado, 17 de abril de 2010

Escravidão no séc XXI ?


Escravidão Na Atualidade por Henrique Muzzi


No dia 13 de Maio de 1888,a princesa Isabel sancionou a Lei Áurea que aboliu o trabalho escravo em todo mundo.Apesar de constituir um crime, o trabalho escravo ou "forçado" existe em pleno século 21.De acordo com a organização internacional do trabalho,há 200 milhões de pessoas escravizadas em todo mundo.


No Brasil, trabalhadores de regiões pobres são seduzidos por ofertas de emprego. Comida, moradia, salário e até roupas estão em pauta nas ofertas.Porém na prática não é bem assim.


Os "escravos" são colocados em situações subi-humanas, dormindo em barracos, sem dinheiro, bebendo água impotável. O pior não para por aí, no momento que são "contratados" os donos das propriedades (normalmente fazendeiros) cobram dos trabalhadores a alimentação,o transporte que os levam, e as roupas fornecidas pelo patrão. No final do mês de trabalho, a dívida com o empregador é tão alta que o "escravo" não recebe remuneração e trabalha para pagar suas dívidas.


O segmento campeão no registro de trabalho forçado é a agro pecuária. A região que apresenta maior índice de escravos é a Norte, principalmente no Maranhão.


A fiscalização não consegue ser efectiva, falta infra estrutura. Desde 2001 cerca de 25 mil pessoas foram escravizadas no Brasil. Por se tratar de algo ilegal e perigoso, a fiscalização se torna difícil. Os fazendeiros tem um forte esquema de segurança,dificultando o acesso as fazendas.


No dia 28 de Janeiro de 2004, quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego, foram assassinados enquanto realizavam uma fiscalização rural de rotina em Unái,Noroeste de Minas Gerais.O crime tomou repercussão em todo Brasil e ficou conhecido como a chacína de Unaí.



O sofrimento e a vivência de um escravo só pode ser dito por um: "Rapaz, eu não tenho medo de homem, não! Eu posso morrer, mas eu vou me embora. Eu não vou ficar aqui trabalhando a vida todinha, escravizado, para não mandar nada para minha família. Aí quando nós acabemos de arrumar ali, eles tinham ido prum jogo lá no Jabuti, que é um povoadozinho de sem-terra. Aí chegou o cantineiro e passou logo por eles: "olha, tem quatro homem que vai sai". Aí ele começou logo a bordar taca mais os jagunços dentro do barraco, batendo, jogaram o cavalo no Deodete, o cavalo pisou no aqui assim dele, arrancou as unhas dele, ficou só a carne. Aí começaram o quebra-quebra.(...) eles chegaram e me cercaram. Barroso era o mais de frente, eu peguei e meti a faca na barriga dele. Eles disseram mata o homem. Eu disse não mata o homem, se ele me mata, ele me mata, aí ele me atira, no que ele me atirá, vocês atira nele, ele me mata, porque tinha uma faca entrando na minha barriga. Aí fiquemos ali,mata num mata,mata num mata.Aí chegou o gerente e disse pra eles: "rapaz libera esse velho, porque se vocês mata ele, tem 42 homem, esses homem entraga essa fazenda". Aí liberaram nós.(...) Mais isso já tava com seis anos, já tava esquecido... Alembrar do passado é sofrer duas vezes..."


FONTES:


DEPOIMENTO DE ANTÔNIO AO JORNALISTA LEONARDO SAKAMOTO E AO DOCUMENTARISTA CAIO CAVECHINI. WWW.BLOGDOSAKAMOTO.UOL.COM.BR


IMAGEM: http://www.scielo.br/img/revistas/ea/v14n38/02f1.jpg


Revista História da Biblioteca Nacional ,Terra da vergonha,Vivi Fernandes de Lima,2010


Educação Uol :http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u64.jhtm




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